NO RITMO DO CORAÇÃO. EP. 02

NO RITMO DO CORAÇÃO

_CAPÍTULO 2_
Primeiro dia de aula

Talvez a moto chamasse até mais atenção do que o carro, por causa dessa coisa de adolescente gostar de coisas mais radicais, mas decidi ir com ela mesmo assim.

Eram muitas pessoas preocupadas com suas vidas e seus grupos, passei despercebido por muitos, mas senti alguns olhares sobre mim. Minha primeira aula seria de física e eu estava bem perdido. Enquanto eu me transformava aos poucos no meme do Élton John, sem saber para onde ir, um garoto de cabelos escuros me pergunta:

_Olá, você parece bem perdido. Aluno novo?

_Sim. Prazer, Jeon.

Eu estendo a mão pra ele e tudo que recebi em troca foi um olhar de julgamento e um semi sorriso enquanto ele mirava aquela mão estendida como se eu fosse um estranho. Ele simplesmente puxou o papel que eu segurava na outra mão, olhou e se virou apontando:

_Sua próxima aula já começou. Esse professor é um saco, então faça sua cara mais pidona. Final do corredor, primeira direita.

Após dizer isso, ele me devolve o papel e sai andando sem pressa e assobiando. Achei estranho ele dizer que eu estou atrasado e estar andando tão devagar... Enfim. Quando entrei na sala, o professor fez uma cara feia que parecia que tinha comigo algo muito azedo.

_Perdoo o primeiro dia, mas da próxima, te tiro da lista e não sei onde o senhor vai se formar em física, mas não vai ser nessa escola. Sente-se ali.

_Mas senhor Collors, é o lugar da Rillary... - uma voz enjoada ressoou na sala.

_"Era" o lugar dela. Quem mandou faltar na minha aula. Da próxima, que fique doente num dia que não tem aula de física. Vá senhor Jeon! Seu lugar agora é ali do lado do Senhor Park. Vá logo! Está atrapalhando a minha aula!!!

Eu realmente não esperava ver o mesmo garoto loiro, que aparentemente era meu vizinho, ali na mesma turma que eu. Fui e me sentei do lado dele. Droga... Ele também era bonito de perto... E tinha um cheiro bom...

_Então... Estou roubando o lugar de alguém? - tentei ser amigável. Porra, eu não sei fazer isso, mas fiz pelo meu pai.

_Não fale comigo.

_Quê?

_Professor, o garoto novo está me incomodando! - diz alto pro professor.

_O QUÊ? - exclamei incrédulo.

_Senhor Jeon, mantenha-se calado até o sinal tocar, fui claro? Silêncio na minha aula...

Eu não acreditava que tinha levado aquela bronca, e pior, tinha ficado queto. Eu jamais deixaria um professor me tratar assim na escola em Seul. Ri de mim mesmo internamente... Eu estava realmente me tornando um molenga? Não... Definitivamente não. Pelo menos não com quem ferra minha vida. Assim que tocou o sinal e todos começaram a conversar e se levantar pra sair da sala, não perdi tempo em me virar para aquele garoto e disse firme:

_Hey! O que foi aquilo???

Ele sequer olhou pra mim e continuou guardando seus livros na mochila.

_Desculpe... Mas era você ou eu.

_Não precisava me dedurar garoto!

Ele parou e me olhou:

_Vai continuar reclamando ou vai dizer algo interessante?

Seu jeito delicado mas debochado estava me tirando do sério. Seus traços sutis me faziam refletir muitas vezes que seria muito rude tratar com brutalidade um cara menor do que eu. Ele tinha movimentos tão delicados, seu rosto era tão sutil... Será...? Talvez... Eu não era muito assim, então sempre escolhi não definir sem ter certeza mas... Eu quis que ele fosse, assim que eu reparei nos lábios rosados dele... Porra... Como era difícil esquecer a minha vida em Seul. No início eu tinha fama de ser o responsável de "deseretar" muitos caras na escola de lá... Mas depois de um tempo, a consciência do pessoal foi melhorando. Claro que ainda existe muito preconceito, mas com a influencia de um garoto que é filho de uma família rica como eu, a homofobia se tornou quase uma espécie de aspecto negativo nas relações empresariais, sendo os pais dos meus amigos banqueiros e  líderes importantes nas companhias da cidade. Não era pelo motivo ideal, respeito e igualdade, mas pelo menos havia tido um grande avanço no tratamento em relação a "gente como a gente".

Me aproximei dele, aproveitando que a sala estava quase vazia, e quase o pressionei contra a carteira com meu corpo, mas ele recuou para que eu não encostasse nele, o que me deixou ainda mais frustrado.

_Você sabe quem eu sou? Não pense que pode falar comigo dessa maneira.

_Com licença... - ele empurrou delicadamente meu peito com aquela mãozinha fofa. Que merda... Como um homem poderia ter uma mão tão lindinha como a dele?... - Garoto!... Primeiramente, você invadiu meu espaço pessoal, então, ainda que eu já tenha pedido desculpas por ter te dedurado pro professor, agora sim, estamos oficialmente quites. Segundamente, realmente não te conheço, então não se aproxime assim e nem fale comigo, principalmente na aula do senhor Collors, já que não terei mais a ajuda da Rillary que sentava comigo. Passar bem. - disse isso já saindo com as amigas que haviam esperado ele.

Elas riam e olhavam pra mim. Cochichavam coisas pra ele tampando a boca como se tivessem adorado aquela cena.

Que garoto afrontoso! E ainda me deixou babaca reparando em mãos... Mãos lindas com anéis delicados... Roupas estilosas...
Porra... Meu antigo eu transaria com ele naquele mesmo dia... Naquela mesma hora. No carro no estacionamento da escola. Mas o meu "eu" de antigamente, não existia mais, e hoje, eu fui pra escola de moto.

Juntei minhas coisas e fui pra casa.

Comentários

  1. Continua pfv pq isso daki ta incrivelmente incrível

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